As Escrituras provam que o Templo de Salomão não estava no atual Monte do Templo

Tanto a Bíblia quanto o Livro de Urântia têm registros que demonstram que a Fortaleza Antônia (atual Monte do Templo) estava num plano mais elevado do que o Templo, proporcionando uma visão privilegiada aos romanos que controlavam Jerusalém.

No Livro dos Atos dos Apóstolos, na ocasião em que os judeus de Jerusalém perseguem Paulo, o prendem e o submetem a julgamento, vemos passagens que afirmam que quando os romanos se dirigiam do castelo ao Sinédrio, eles desciam. Lembremos que o Sinédrio funcionava no Templo. Ora, o que está acima do monte Moriá? Nada. E o que está acima do monte Sião? Está o monte Moriá. Ou seja, quando os soldados desciam da Fortaleza Antônia ao Templo, eles desciam do monte Moriá para o planalto onde ficava o Ofel e o Templo, no plano acima do monte Sião e da Cidade de Davi.

Os judeus estavam espancando Paulo no Templo e, quando se viram impedidos pelos soldados romanos de matá-lo, então pediram que ele fosse feito prisioneiro. Já na Fortaleza Antônia, quando os romanos estavam prestes a torturá-lo para que Paulo lhes confessasse por que os judeus o haviam agredido daquele modo e queriam a sua morte, ele disse-lhes que era cidadão romano. O comandante, por isso, soltou-o mas exigiu que houvesse uma reunião no Sinédrio com ele presente para conhecer as razões daquela fúria contra Paulo.

Durante essa reunião no Sinédrio os ânimos voltaram a ficar descontrolados. Aí lemos:

"Tomando vulto a celeuma, temendo o comandante que fosse Paulo espedaçado por eles, mandou descer a guarda para que o retirassem dali e o levassem para a fortaleza."

[1]

Depois, em uma carta sobre esse assunto que o comandante escreveu para o governador romano de Cesareia, podemos ler o seguinte:

"Este homem foi preso pelos judeus e estava prestes a ser morto por eles, quando eu, sobrevindo com a guarda, o livrei, por saber que ele era romano.

Querendo certificar-me do motivo por que o acusavam, fi-lo descer ao Sinédrio deles [...]."[2]

Essas duas passagens de Atos comprovam que a Fortaleza Antônia dos romanos estava num nível acima do espaço do Templo, no qual se inseria o Sinédrio.

Também no Livro de Urântia temos a evidência desse desnivelamento topográfico:

"À noite, em um espetáculo impressionante, o templo e as multidões de peregrinos eram brilhantemente iluminados pelos grandes candelabros, que queimavam, com muito brilho, nos pátios das mulheres, e também pelo resplendor de dezenas de tocheiros nos pátios do templo. Toda a cidade ficava alegremente decorada, exceto o castelo romano de Antônia, que dominava do alto, em um contraste sinistro, essa cena festiva e adoradora. E como os judeus odiavam essa lembrança, sempre presente, do jugo romano!"[3]

Diante destas evidências, só podemos concluir que não era o Templo de Herodes que ficava no Monte do Templo, mas sim a Fortaleza Antônia dos romanos.

E agora? Como os judeus não precisam disputar espaço com os muçulmanos e as suas duas mesquitas no Monte do Templo, será que já se pode construir o Terceiro Templo das profecias?

[1] Atos 23:10.

[2] Atos 23:28.

[3] O Livro de Urântia, 162:4.2. A expressão “dominava do alto” não está na versão portuguesa (a qual somente tem “dominava”), mas sim no original inglês, onde diz:

“The entire city was gaily decorated except the Roman castle of Antonia, which looked down in grim contrast upon this festive and worshipful scene”.

Traduzida livremente, a expressão “looked down [...] upon” quer dizer “olhava de cima para (ou sobre)”.